DISCIPLINAS 2021/2
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM TEORIA PSICANALÍTICA via Remota em plataforma de videoconferência
Título: Seminário de Dissertação e Tese
Professoras: Simone Perelson e Mariana Mollica
Horário: segundas-feiras, às 14hs
Início: 04 de outubro de 2021
Ementa:
O curso visa a considerar as condições da pesquisa em psicanálise na universidade, examinando alguns textos de referência, que ao longo do desenvolvimento da teoria psicanalítica, definiram os principais modos de aproximação à temática. Com o intuito de atualizar as questões da pesquisa e da produção bibliográfica em cada projeto de dissertação ou tese, procederemos à leitura individual dos projetos de cada aluno da turma. Contaremos com a apresentação oral dos projetos, acompanhada de delimitação de questões e discussão, a fim de que o trabalho desenvolvido no curso se desdobre em um texto sobre a problemática da pesquisa e/ou seus resultados parciais sob a forma de artigo a ser publicado.
Título: O discurso do capitalista e a temporalidade lógica: algumas consequências no campo relação do saber
Professoras: Fábio Malcher
Horário: terças-feiras, às 10hs
Início: 19 de outubro de 2021
Ementa:
Na sequência da pesquisa dos efeitos discursivos do capitalismo, seguiremos recorrendo ao matema do discurso do capitalista (Lacan, 1972), dessa vez explorando a vertente mais ligada ao saber, isto é, aquela que se refere à relação direta entre S1 e S2. Buscaremos refletir o quanto essa relação direta pode estar ligada a uma posição problemática do sujeito contemporâneo com o saber, no sentido de um crescente “não querer saber” acerca da castração e das frustrações no campo das satisfações pulsionais. Pretendemos avaliar o quanto tal posição pode se articular à concepção de debilidade mental, que Lacan associa à holófrase no Seminário XXI (Lacan, 1964). Para tal, vamos recorrer à temporalidade lógica trabalhada por Lacan em O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada (Lacan, 1945), como forma de pensar a função de escansão que o tempo para compreender opera entre o instante do olhar e o momento de concluir, refletindo o quanto esta escansão pode ficar comprometida a partir de uma relação direta entre S1 e S2 tal como aparece no matema do discurso do capitalista.
Título: Figuras do “extremo” hoje: aspectos clínicos e sócio-culturais
Professora: Marta Rezende Cardoso
Horário: Quintas-feiras, às 9hs
Início: 30 de setembro de 2021
Ementa:
Este curso é dedicado à dimensão do extremo visando ao seu aprofundamento e investigação. Esta dimensão se articula estreitamente com o traumático, em correlação com a vulnerabilidade psíquica. Trata-se de temática com significativa incidência na clínica psicanalítica e nas configurações subjetivas atuais. Estas nos interrogam sobre a singularidade da experiência subjetiva do “mal-estar” hoje, seus fundamentos e múltiplos destinos. Neste curso contaremos com a participação de convidados em algumas aulas, professores pesquisadores de diferentes instituições com os quais teremos a oportunidade de estabelecer rico diálogo sobre diferentes figuras da clínica do extremo a qual envolve elementos da subjetividade individual e coletiva.
Título: Novos dispositivos da clínica psicanalítica rumo à escuta dos sofrimentos sociais
Professores: Julio Verztman e Fernanda Pacheco Ferreira
Horário: quintas-feiras, às 13hs
Início: 07 de outubro de 2021
Ementa:
Neste seminário, continuaremos a refletir sobre o impacto dos marcadores sociais na escuta psicanalítica, nos concentrando agora na construção de dispositivos clínicos capazes de oferecer acolhimento a formas de sofrimento pouco tematizadas pelos psicanalistas, tais como aquelas relacionadas a gênero, raça, língua, classe social, etnia e cultura. Começaremos por examinar o peso que esta discussão alcançou ainda durante a vida de Freud, com as denominadas clínicas públicas dos anos 20 do século passado. Discutiremos em seguida o peso que o papel do ambiente passou a desempenhar para a compreensão do sofrimento humano, com a segunda tópica freudiana e os trabalhos de Ferenczi e autores pós-freudianos. Após este panorama inicial, discutiremos certas experiências, especialmente aquelas desenvolvidas no Brasil, rumo a esse objetivo. Tais dispositivos de escuta procuram implicar o fazer psicanalítico no enfrentamento das questões trazidas por sujeitos, cujos sofrimentos não podem ser dissociados do contexto social em que vivem. Serão examinadas, por exemplo, as clínicas do testemunho, a problemática em torno do “psi safe”, as clínicas abertas, as clínicas na rua, as clínicas voltadas para sujeitos alvos de violência, entre inúmeras outras propostas que tem enriquecido sobejamente nossa disciplina. Sempre que possível contaremos com convidados que contribuíram para a criação destes dispositivos de escuta e cuidado.
Título: PSICOLOGIA DE GRUPO E ANÁLISE DO EU: uma atualização topológica
Professoras: Tania Coelho dos Santos e Flávia Lana Garcia de Oliveira
Horário: Sextas-feiras, às 08hs
Início: 1º de outubro de 2021
Ementa:
Depois de Freud toda psicologia individual é também uma psicologia social. Entretanto, a concepção do laço social na psicanálise não é a mesma que nas psicologias cognitivo-comportamentais, nem nas filosofias performativas ou na sociologias de modo geral. A multiplicação de movimentos sociais arregimentados por grupos de indivíduos que acreditam portar algum traço que os identifica entre eles e os distingue do “padrão” hegemônico (homem, branco, heterossexual e rico), nos exige repensar a topologia da subjetividade contemporânea e do laço social. O Nome do Pai como sintoma coletivo, nos permitia pensar o fundamento do laço social como “identificação” ao líder. A função paterna encarnava a lei simbólica (para todos), a interdição do incesto e a transmissão da castração/diferença sexual. As diferenças sexuais e étinicas tais como: homem/mulher, hetero/homossexual, branco/negro/pardo/índio, não justificavam a segregação em “identidades” distintas sem um traço unário em comum com os ditos “iguais/cidadãos” em geral. A redução da lei à norma produz como efeito aquilo que Lacan nomeou como a ordem de ferro do super-social. Vamos interrogar a constituição dessas novas subjetividades e laços sociais a partir da distinção topológica entre os arranjos borromenos e não-borromeanos.
Seminários de Pesquisa
É NECESSÁRIO CONTATAR O PROFESSOR PARA EFETUAR A MATRÍCULA NESTE SEMINÁRIO
Título: “Aspectos psicanalíticos da violência”
Professor: Julio Verztman
Horário: sextas-feiras, às 11hs
Início: 08 de outubro de 2021
Ementa:
Neste seminário, restrito aos membros do NEPECC, discutiremos certos aspectos da violência em articulação com os sofrimentos sociais. A violência, enquanto conceito que nos interessa nesse momento, diz respeito a vicissitudes das relações intersubjetivas, embora isto não exclua seus aspectos pulsionais e intrapsíquicos. Examinaremos textos freudianos onde o tema é relevante, tais como “Totem e tabu”, “Mal estar na civilização”, entre vários outros, a fim de situarmos nossa questão. Percorreremos depois, textos de autores para os quais o papel do ambiente na produção do sofrimento é marcante, tendo como exemplos Ferenczi e Winnicott. Serão examinados também capítulos do livro “Violência e psicanálise” (Costa 1982) e realizaremos uma discussão sobre a chamada “Clínica do testemunho”.